Microcirurgia Transoral
com uso de Laser
A cirurgia com uso do LASER de CO2 foi utilizada pela primeira vez em 1972 por Strong e Jako em Boston. Desde então, seu uso vem sendo difundido ao redor do mundo como uma importante forma de tratamento para lesões benignas e malignas. Em 1979, o professor Steiner da Universidade de Gottingen na Alemanha, começou a tratar também tumores avançados de vias aero digestivas superiores.
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A evolução do equipamento permitiu que hoje possam ser
realizadas cirurgias de lesões pequenas com grande precisão e
boa cicatrização, sem sangramento importante e com menor
manipulação das lesões. Em virtude da menor dispersão de calor
e menor resposta cicatricial, o LASER de CO2 passou a ser usado
no tratamento de lesões benignas que exijam menor resposta
tecidual. Com isso, passou-se a utilizar o LASER com bons
resultados no tratamento das estenoses laríngeas e paralisia de
pregas vocais. Também tem sido utilizado nas amigdalectomias
palatinas e linguais como forma de reduzir a dor e o sangramento
intra- e pós-operatório.
Remacle introduziu o termo fonocirurgia laser-assistida,
que poderia ser usado para descrever todas as abordagens nos
quais o laser de CO2, junto com o micromanipulador microspot, é
usado em cada etapa do procedimento, provendo o cirurgião com
uma ferramenta superior se comparada com instrumentos a frio.
Para lesões benignas, o uso do LASER de CO2 permite uma
hemostasia impraticável com instrumentos convencionais.
Substancial progresso em resultados funcionais tem resultado
desses avanços em tecnologia e técnicas.
Também é importante considerar que o tratamento das
lesões pré-malignas tem relevância, já que as leucoplasias e
eritroplasias, bem como a papilomatose recorrente da laringe,
precisam de exérese com hemostasia precisa sem comprometer a
análise histopatológica dos tecidos, incremento este garantido
pelo uso do LASER de CO2.
Falando das lesões malignas, está demonstrado na
literatura, em termos de sobrevida geral e preservação de orgãos,
a importância do LASER de CO2 no tratamento de tumores de
laringe, hipofaringe e certos casos da orofaringe. Permite um
menor tempo cirúrgico, evitando na maioria dos casos o uso de
traqueostomia com sua morbidade específica; permite em sua
maioria o restabelecimento da função de deglutição, evitando-se
muitas vezes o uso inconveniente e oneroso de dieta por sonda.
Tem como grande vantagem o selamento dos vasos linfáticosque, como demonstrado em diversos trabalhos, permite amanipulação cirúrgica direta do tumor sem causar dispersãotumoral, evitando eventuais metástases locoregionais ou àdistância.
Cada vez mais o incremento tecnológico vem trazer benefícios para otimizar o tratamento das doenças,
sendo este um caminho inapelável e necessário, tendo-se a certeza de que a disseminação do seu uso em benefício dos pacientes reduzirá custos com melhores resultados, representando sim uma grande evolução na técnica cirúrgica.
Entende-se que os benefícios são incomensuráveis, já que prevê, na maioria dos casos, menor tempo de internação, não uso de traqueostomia e sonda nasoentérica e redução das complicações sem prejuízo dos resultados; motivos estes suficientes para justificá-lo em todos os seus aspectos.
Trata-se de tratamento médico especializado, com
indicações precisas, exigindo formação específica e treinamento para o seu uso e que representa mais uma excelente arma em termos de tratamento cirúrgico para doenças benignas e malignas.
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Referência
Manuel Bernal-Sprekelsen, Isabel Vilaseca. Transoral Laser
Microsurgery of Benign and Malignant Lesions 2016.